1.24.2009

8ª ocupação da galeria de arte itinerante



Em 8 edições, a Kaza lidou com diferentes formatos, diferentes propostas de ser/estar nos espaços e nos cotidianos. Na formação do novo ambiente de ocupação, os limites são sempre re-lançados.
Abrigados sob uma estrutura porosa e flexível, as poéticas dos integrantes são convidadas a se integrar a uma dinâmica de mútua influência e interação. O espaço de trabalho deve ser um 'espaço de relações'. Não se trata de entrar numa grande casa e transformá-la numa galeria. O foco é colocado no processo. Da escolha da casa, às primeiras visitas, primeiras discussões. Da organização e planejamento do grupo, à habitação do lugar. Da transformação do espaço à abertura à visitação.

ao pé da Serra do Curral
Localização: a Kaza ficou na R. Expedicionário Alício, 441 - B. Comiteco/Mangabeiras.

vídeo de marconi marques





fotos da Regina Mello
foto Tales Bedeschi

Em sua 8ª ocupação, a Kaza Vazia se volta para um casarão inacabado no bairro Comiteco, logo acima da av. Bandeirantes. Em um dos metros quadrados mais caros da cidade, há 12 anos, Sr. Elizeu - profissão de catador -, forma uma família com Dona Cleuza e os pequenos Michael, Jackson e Gabriel. Uma construção "abandonada", onde os moradores vivem sem instalação de água e energia elétrica. Um constraste fortíssimo para quem vem caminhando desde a Praça da Bandeira, e passa pela Copacabana mineira e seus "néctares da serra".
Em meio a visitas do grupo, a casa muda de dono. Para cumprir-se o acordo de todos esses anos, um barraco começa a ser construído para a família que deve deixar o local. De repente, todos são levados para um galpão do proprietário, até que o casebre fique pronto. No ínterim dessas transformações, os integrantes da Kaza se mudam para lá, seguindo as datas do planejamento do grupo. Inicia a Residência Artística.
Traça-se um mapeamento da região a partir do estudo das questões trazidas pelo contexto da casa. Invasões de imóveis, ocupações de terra, desapropriação e especulação imobiliária. Pressão sobre os moradores do aglomerado da Vila Acaba-Mundo; o portentoso Bairro Mangabeiras e o Parque das Mangabeiras que separa as mansões de um outro aglomerado. Áreas dentro de um planejamento estratégico. Um quadro típico das grandes cidades e que, em Belo Horizonte, ganha um ar especial. Uma cidade que antes era limitada pela av. do Contorno, revela um Plano Diretor que nunca "deu certo". Muitas terras tornam-se públicas e são invadidas pela população. Na região do bairro Comiteco não é diferente. Invasões de alta estirpe povoam a serra com imóveis luxuosos em lotes sem quintais.
Ambiente fundado em constrastes bem definidos, a casa ocupada é ponto de convergência de tensões entre o que rege os direitos da propriedade privada. Como se posicionar frente à questão de habitantes "temporários" de uma casa que depois de 12 anos são obrigados a sair? Quem tem direito sobre a casa? O que cada parte deseja verdadeiramente ganhar frente à situação?
A atuação do grupo passa a ser complementada pela convivência com os vigias e os pedreiros contratados. Constrói-se uma nova rede de relações e formam-se novos ambientes. Parcerias da água com os vizinhos; chegada da luz; a visita da chuva. Constróem-se captadores de água de chuva, barra-ventos, uma estrutura de redes, uma cozinha. Limpa-se o lote, derrubam-se muros, limpam-se entulhos. Uma nova casa vai sendo construída pela ação dos coletivos. Um deles, contratado, que veio de Montes Claros e mora no 3º andar. O outro, autônomo, da cidade mesmo, mora no andar de cima e no terraço. Se unem por pontos em comum: se alimentam de uma vida itinerante e são trabalhadores sem carteira assinada.
tales bedeschi

da meza vazia sobre coletivos



KazaVazia+GrupoOfficinaMultimédia+GIA+Poro+ACasa+coletivos diversos


do Baba na Ladeira



Baba na Ladeira
Se ela não fosse importada de São Salvador, chamaria "pelada na ladeira".
O Baba: dia 15/02, domingo à tarde. Rua Expedicionário Alício e arredores (quando a bola descia).

time 1: na vida real: Scandar, Jonathan, Igor, (embaixo) Fábio e Eduardinho.

time 1: Palestinos Livres
início de jogo com Time 2: Israel

baba





Rex, morador da kaza


"roçamos seu lote"
A saga de um artilheiro: Fábio Guimarães

a foto do troféu

ficha técnica:
jogadores: amigosdogia+gia+kazavazia+oficcinamultimédia
fotos: Andréia Laura

de alguns recortes

portal para o "infinito"

Marconi Marques

peão além do "cubo branco"

Tatiana Cavinato
Forno no porão


Junia May Atividade Lucas Dupin
Isoporgravura

"Bichos"

Alexandre Braga

“A compreensão do coletivo como fortalecimento de objetivos e potenciais, além da dissolução de problemas e divisão de etapas e mão de obra de trabalho, sem que com isso o individual se dilua, é o próprio desafio do homem global e sua prática na cultura contemporânea. Não se trata de massificação igualitária e utópica, mas igualdade de condições e possibilidades geradoras. É o coletivo que afirma a individualidade e a potencializa em direção a uma relação aberta com o mundo”
(Trecho do Manifesto Nômade citado por Flávia Vivacqua, no livro Reverberações 2006).


pintando em ovos

Aline Midori



azuis: paleta
Tales Bedeschi com Paulo Nazareth

video-foto

Cristianne de Sá e Pedro David


intervenção descoberta